PR.A.DO

ALEM DO «GAIOLA DO PRADIN»

São pouquíssimos os artistas que conseguem tocar todo final de semana em todos os cantos, palcos e cenários da música eletrônica no Brasil. É o caso do Pr.a.do. Produtor musical radicado na cidade de São Paulo, que junto com seu som transversal, conseguiu se firmar como um dos produtores mais tocados e prolíficos da cena eletrônica brasileira. Seu maior sucesso, a já clássica “Gaiola do Pradin” soa em mais de uma festa todas as noites, sendo um sucesso nacional e internacional. Tive a oportunidade de conversar com ele sobre sua forma de se relacionar com a música e com a própria cena, sobre Subliminar e sobre seus lançamentos sob os braços da Gop Tun Records.

Você mora em uma cidade que respira música e tem cultura em tudo lugar, onde também tem um som que mistura elementos da música de diferentes lugares do Brasil, como o som do São Paulo influência em sua criação musical?

Aqui já colei em roles de todos os tipos, do samba ao jazz, do funk ao hip hop, São Paulo é uma cidade muito louca! É um tipo de rolê que eu frequentei demais durante alguns anos, foram batalhas de rap, principalmente a batalha do largo, que rolava quarta-feira na estação Faria Lima em Pinheiros, lá foi um dos lugares que eu mais vivi a arte pela arte, a música sem fins comerciais! Apesar de não batalhar eu sempre tava no «front» da batalha tomando meu corote e fumando meu eight hahahaha e lá me ensinou uma das lições mais valiosas na hora de criar, que é saber se deixar levar pela energia do momento, se permitir errar mas não ficar preso na própria zona de conforto, até por isso que eu não me denomino como um produtor apenas de house, eu gosto de música boa e faço o que me dá na telha!

Também não costumo demorar mais que 1 dia para fechar a musica, eu sou o tipo de pessoa que faz tudo em uma sessão e depois só fecha a mix e a master e já era, eu nunca demorei mais que 2 ou 3 dias para fechar a composição de uma música.

Sem dúvida alguma “Gaiola do Pradin” tem sido um grande sucesso tanto no Brasil como lá fora, marcando presença em muitos eventos e festas cada vez mais e até, inclusive, no Festival Dekmantel compondo ao som de Trepanado e Carrot Green. Como isso foi para você? Como você se sentiu com toda repercussão?

Olha, pra ser sincero até hoje quando alguém toca Gaiola, seja no Dekmantel ou em algum role de faculdade, eu primeiro fico muito feliz, e depois acho engraçado o fato de eu ter feito essa música em 15 minutos, 2 dias antes de fechar o prazo de entrega das tracks do primeiro V. A. Mandrake, que o 808BHZ estava agitando com alguns amigos pra lançar nos primórdios da subliminar. 

Essa é a maior prova de que se deixar levar sem medo do que vai acontecer na hora de criar pode te levar a algo genial, que nem você consegue enxergar o valor na hora que você cria.


Algo que me surpreende muito é que você não tem problema nenhum em compartilhar abertamente e de graça sua própria música, diferente de muitos outros produtores. Por quê você escolheu compartilhar livremente sua música?

Então, pra mim o pensamento é muito simples: Se a pessoa me acompanha, curte meu trampo, não tem por que eu não fornecer minhas músicas com qualidade boa para a pessoa poder tocar, se ela realmente quiser tocar ela vai ripar e tocar, não é mistério pra ninguém que muitos djs fazem isso, e eu não acho que essa galera tá errada, seria muito errado eu vir aqui e pagar de certinho e falar que eu não pirateio músicas de vez em quando, então pra facilitar os dois lados eu deixo free, mando pra quem quer, e já era sabe, e no fim das contas todo final de semana alguém toca alguma música minha. E no meio desse rolê todo tem pessoas que curtem meu som ao ponto de me pagar, mesmo sabendo que a track é de graça! Essas pessoas são fodas demais!!!!

Faz algumas semanas que sua label Subliminar lançou o Mandrake 2, uma compilação com 20 músicas de artistas brasileiros e estrangeiros como Drama.efx, Fortunato, Erica Live, Art Popper, Gabriel Ide e Eve Nacari para citar alguns. Como foi o processo de curadoria para você?

Na verdade não teve de fato uma curadoria, a Subliminar é ativa na internet mas tem uma cena muito ativa fora das telas e da rede, então as pessoas desde o lançamento do primeiro Mandrake vem pedindo para participar do próximo, nem fui eu ou ninguém dá Subliminar que decidiu que teria um Mandrake 2, meio que ja tava certo antes de ter nosso okay! Isso é muito foda, e por conta disso quando começamos a chamar alguns artistas pra participar, uma galera viu o movimento e chegou junto, e isso foi muito foda! O mérito do V.A Mandrake não pertence de forma nenhuma a mim ou a subliminar, e sim a todos os artistas nacionais! Tanto os que produziram os sons, quanto principalmente os djs que tocam nossos tracks em todos os lugares possíveis e imagináveis, mesmo!

Nesse mês de Outubro teremos o seu novo lançamento, que fará parte do catálogo da Gop Tun. Uma festa e selo musical que faz um trabalho muito sólido e multidisciplinar em torno da música eletrônica e artistas nacionais e internacionais. O que devemos esperar de suas novas produções e o que esse lançamento significa para você?

Esse lançamento é muito especial para mim, por que a Gop Tun literalmente me educou sobre música e principalmente sobre pesquisa musical, eu sempre tive uma pulga atrás da orelha de como eles achavam aqueles sons fodas que tocavam nos roles, e por muito tempo minhas melhores músicas eram shazams que eu fazia na pista de dança da Gop Tun , e em março deste ano, depois de eu ver a Eris Drew e Octo Octa tocarem na Gop Tun  festival, minha mente simplesmente explodiu! Aquele dia virou uma chavinha na minha mente, e esse EP literalmente foi tentando atingir aquela mesma energia que eu senti naquela manhã que as duas fecharam o festival.

Quando eu fechei as 4 tracks, eu senti que elas tinham que sair pela Gop Tun  por que eles tiveram influência na criação, se não fosse aquele rolê não teria esse EP, de fato! E se não fosse o suporte que eles me deram logo de início, eu não teria tido nem a coragem de mandar meu som pra eles! 

Traducción al español

Vives en una ciudad que respira música y tiene cultura por todas partes, donde también tienes un sonido que mezcla elementos de la música de diferentes lugares de Brasil, ¿cómo influye el sonido de São Paulo en tu creación musical?

Aquí he hecho todo tipo de fiestas, desde samba hasta jazz, desde funk hasta hip hop, ¡São Paulo es una ciudad loca! Y un tipo de fiesta a la que asistí mucho durante algunos años, eran las batallas de rap, especialmente la batalla de la plaza, que ocurría el miércoles en la estación Faria Lima de Pinheiros, allí era uno de los lugares donde viví el arte por el arte. Bien, música no comercial! Aunque no luche, siempre estuve en el «frente» de la batalla tomando mi Corote y fumando mi pito jajajaja y ahi me enseño una de las lecciones más valiosas a la hora de crear, que es saber dejarse llevar por la energía del momento, permitiéndote cometer errores pero no quedarte atrapado en tu zona de confort, por eso no me llamo solo productor de house, me gusta la buena música y hago lo que quiero!

Tampoco suelo tardar más de 1 día en terminar la canción, soy de las que hace todo en una sola sesión y luego solo cierra la mezcla y el master y listo, nunca tardé más de 2 o 3 días para cerrar la composición de la canción.

Sin duda, “Gaiola do Pradin” ha sido un gran éxito tanto en Brasil como en el exterior, estando cada vez más presente en muchos eventos y fiestas e incluso en el Festival Dekmantel parte del sonido que Trepanado y Carrot Green presentaron. ¿Cómo fue eso para ti? ¿Cómo te sentiste con toda la reacción?

Mira, para ser honesto, incluso hoy en día cuando alguien toca Gaiola, ya sea en Dekmantel o en alguna fiesta de universidad, primero estoy muy feliz, y luego me parece divertido el hecho de que hice esta canción en 15 minutos, 2 días antes de cerrar. la fecha límite para la entrega de las pistas del primer volumen de  Mandrake, que 808BHZ estaba armando con algunos amigos para lanzar en los primeros días de existencia de subliminal. Esta es la mayor prueba de que dejarse llevar sin miedo a lo que sucederá al crear puede llevarte a algo grande, que ni tú mismo puedes ver el valor cuando creas.

Algo que realmente me sorprende es que no tienes problema en compartir tu propia música de forma abierta y gratuita, a diferencia de muchos otros productores. ¿Por qué elegiste compartir libremente tu música?

Así que para mí el pensamiento es muy simple:

Si la persona me acompaña, disfruta de mi trabajo, no hay razón por la que no pueda brindar mis canciones con buena calidad para que la persona pueda tocar, si realmente quiere tocar, la va a piratear y la va a tocar, no es un misterio para nadie. que muchos djs hacen eso, y no creo que ellos estén equivocados, estaría muy mal para mí venir aquí y decir que no pirateo música de vez en cuando, para que sea más fácil los dos lados lo dejo gratis, se lo mando a quien quiera, y ya sabes, y al final todos los fines de semana alguien pone algo de mi música.

Y en medio de todo este paseo hay gente que disfruta de mi sonido hasta el punto de pagarme, ¡aunque saben que la pista es gratis! Esta gente es increíble!!!!

Han pasado algunas semanas desde que su sello Subliminar lanzó Mandrake 2, una compilación con 20 canciones de artistas brasileños y extranjeros como Drama.efx, Fortunato, Erica Live, Art Popper, Gabriel Ide y Eve Nacari, por nombrar algunos. ¿Cómo fue el proceso de curatoria para ti?

De hecho no hubo realmente una curaduría, lo Subliminal está activo en internet pero tiene una escena muy activa fuera de las pantallas y de la red, por lo que la gente desde el lanzamiento del primer compilado ha estado pidiendo participar en el próximo. No fui yo ni nadie de Subliminal quien decidió tener una Mandrake 2, ¡fue justo antes de que obtuviéramos nuestro ok! Esto es realmente genial, y por eso, cuando empezamos a invitar a algunos artistas a participar, un montón de personas vieron el movimiento y vinieron, ¡y eso fue realmente genial! El mérito de V.A Mandrake no me pertenece de ninguna manera a mi ni a Subliminal, sino a todos los artistas nacionales! Tanto los que produjeron los sonidos, como sobre todo los djs que pinchan nuestros temas en todos los lugares posibles e imaginables, ¡de verdad!

En este mes de octubre tendremos tu nuevo lanzamiento, que formará parte del catálogo de Gop Tun. Un sello de fiesta y música que hace un trabajo muy sólido y multidisciplinar en torno a la música electrónica y artistas nacionales e internacionales. ¿Qué debemos esperar de tus nuevas producciones y ¿qué significa este lanzamiento para usted?

Este lanzamiento es muy especial para mí, porque Gop Tun literalmente me educó sobre la música y especialmente sobre la investigación musical, siempre fui como una pulga detrás de la oreja de cómo encontraban esos sonidos geniales que tocaban en los decks, y durante mucho tiempo mi mejores canciones eran shazams que hice en la pista de baile  de Gop Tun, y en marzo de este año, después de ver a Eris Drew y Octo Octa tocar en el festival de ellos, ¡mi mente explotó! Ese día se convirtió en una pequeña clave en mi mente, y este EP estaba literalmente tratando de lograr esa misma energía que sentí esa mañana cuando las dos cerraron el Festival.

Cuando cerré los 4 temas, sentí que tenían que pasar por Gop Tun porque influyeron en la creación, si no fuera por ese viaje, ¡no tendría este EP, de hecho! Y si no fuera por el apoyo que me dieron desde el principio, ¡ni siquiera hubiera tenido el coraje de enviarles mi sonido!

Son muy pocos los artistas que consiguen sonar cada fin de semana en todos los rincones, escenarios y escenas de la música electrónica de Brasil. Este es el caso de Pr.a.do. productor musical radicado en la ciudad de Sao Paulo, que que junto a su sonido transversal ha logrado consolidarse como uno de los productores más tocados y prolíferos de la escena electrónica brasileña. Su mayor éxito , la ya clásica “Gaiola do Pradin” suena en más de una fiesta en cada noche, siendo un suceso nacional e internacional. Tuve la oportunidad de conversar con él, sobre su forma de relacionarse con la música y la misma escena, sobre Subliminar y sobre sus nuevos lanzamientos bajo el alero de Gop Tun Records. 

Skam x Janeiro: Un ambient emocional

El sonido que presenta Janeiro en Skam, su primer Long Play, continúa con su entrega de creaciones ambientales como las ya presentadas en el sello ISLA,  que a mi parecer están enfocadas en la contemplación sonora, en los sentimientos que la música puede provocar,  más allá que sólo la pista de baile. La música de Skam fue escrita entre septiembre y diciembre del año 2020, en medio del peor momento de la pandemia del coronavirus, y cuando la distancia física era la regla imperante, por lo que creo que este LP está empapado de algunos sentimientos que muchxs atravesamos en momentos de crisis. 


Para Camila Vilches quién estuvo a cargo del arte Skam y también ha sido testigo del proceso creativo del álbum, esta entrega es;  «La impresión sonora de una memoria sobre la naturaleza y lo orgánico disfrazada de impronta urbana y hormigoneada. Duro y blando, suave y encrispado, sonido estructurado y capaz de acompañar en movimiento o en quietud. Una oda a ese constante momento de presencia presente, con amigues, con el agua, con el viento».

Al comienzo, nos recibe  «Fin de año», que para mí, es como que el disco se abriera suavemente, presentándonos un suave piano posado en este ambiente neutro, que poco a poco sube, y que se entremezcla con una conversación de extraños, es así como Janeiro nos presenta Skam.


Continuando con la entrega, el LP se sumerge en viajes más específicos que cuentan su propia narrativa. Aquí otros ritmos como el break y el jungle comienzan a emerger llevándonos a otros estados dentro del Ambient. Recomiendo mucho algunos tracks que poseen una fuerza única dentro del disco como «Pacto y Silencio» y «Pulso sobre Piedra» ambas entregan mucha emocionalidad utilizando ritmos que no hubiera pensado escuchar en tal sintonía. También el disco es un viaje controlado ya que posee un par de pausas contemplativas como «El verano se sintió fuerte sobre nosotros» y «Chiá tomo un descanso»


Finalmente, las últimas canciones son una explosión sonora. «¿Viste la gente en la plaza?» Si bien se basa en la vorágine del ritmo jungle, todavía posee esas notas de suavidad melódica que lo acompañan durante el track y hacen que el viaje aterrice de manera delicada. El último track; «Piel Cielo» posee una línea break que va armonizada con diferentes capas que le otorgan dinamismo y fluidez, me recuerda mucho a sonidos de los años 90’s, un poco crudos, pero que logran alcanzar notas de suavidad a este gran LP.

Recomiendo totalmente el viaje de Janeiro, una entrega emotiva para el sonido Ambient chileno y latinoamericano.Si lo deseas escuchar y comprar algún track puedes hacerlo en el siguiente link https://islaisla.bandcamp.com/album/skam


Créditos del Disco
Música compuesta por Janeiro
Mezclado por Nicolás Alvarado
Masterizado por Francisco Holzmann
Arte por Camila Vilches

La transformación y el regreso de Kamila Govorcin, entrevista en profundidad

A días de presentar uno de sus trabajos más importantes en el ciclo live de Estado Sonido, pude entablar una conversación íntima con Kamila Govorcin. Aquí  me comentó sobre sus procesos de transformación; sentimientos y sobre lo vivido en este último tiempo pandémico. Pero también pude conocer su visión sobre los desafíos y retos que tienen a cuestas la escena electrónica local. En la siguiente entrevista Kamila abre su corazón y sus emociones quedaron plasmadas en hojas de honestidad al igual que su música.

¿Qué significa para tí la próxima presentación en Estado Sonido?

“Esta presentación tiene mucho más trabajo y sentido, va de la mano con un proceso personal, en que a través de una catarsis pude plantearme la idea de armar un viaje de transformación. Desde el aspecto sonoro va desde sonidos más graves y de apoco  lo voy transfomando en algo más liviano y agudo, va desde la materialidad hacía la etéreo. Es puro trabajo de síntesis, no hay beats ni batería. Utilizaré un sintetizador digital, un controlador ROLI, micrófono y computador. La presentación va acompañado del trabajo visual de Hypereikon con Cony y Seba, llevamos un proceso creativo juntos, es sobre la creación de  mundos imaginarios que va de la mano con lo que quiero presentar, mundos abstractos.”

¿Qué representan los sonidos que exploras actualmente?

“A través de procesos de introspección y meditación, me han llevado a mundos medios vacíos, pero a ratos me llueven ideas y no las bajo, pero siento que este trabajo es por fin escribir y materializar un montón de ideas que me han estado llegando. Por eso, también lo veo un poco como mundos paralelos, información que llega de otra parte y que está por ahí, lo asocio a un proceso de transformación en como lo  que he vivido, liberándome del cuerpo y de cargas, para conectarme más fácil con la música”

Los colores y las transformaciones de Kamila

Kamila ve la música a través de los colores, y este descubrimiento me vino a hacer sentido a mucha de su propia sonoridad, en su forma de transmitir la música…

 “Ahora ando buscando otros colores, más color. A veces sentía que el techno se me hacía monótono. Identifico la música con colores, a veces la siento con ciertos colores. Creo que tenía una paleta de colores muy apagada, y yo me siento super colorida y Este live viene a mostrar harto color, en como yo lo siento y lo percibo es mucho más colorido a otras cosas que he hecho. Creo que he estado en un proceso personal de mucha limpieza e introspección y como teniendo más claridad de lo que yo tengo dentro y de lo que puedo compartir y entregar.”

¿En qué has estado durante el tiempo de la pandemia?

“En marzo me iba a vivir a Canadá, me quedé fuera del avión una semana antes.  Había vendido todos mis equipos para tener las lucas para irme, tenía pasajes el 24 de marzo y cerraron la frontera 4 días antes de mi vuelo. Los primero meses igual fui positiva, participé en las primeras programaciones en línea, pero llegué a un momento entre que yo no estaba bien anímicamente, y me di cuenta que el viaje a Canadá se caía a pedazos, no tan sólo la fecha sino que también el plan cagó. Sentí una urgencia de enfocarme más en mis cosas, y a la vez se me hizo muy difícil hacer un set,  de encontrarle sentido sin ver gente bailar. Para mí no es algo que lo preparo sola, lo voy viendo cuando siento la energía de las personas, entonces no hay información clara, lo hago sólo según mi información pero es diferente, el dj set tiene que ser con gente. Entonces llegó junio y dije no haré más, necesitaba una desconexión absoluta de un ritmo en que cada fin de semana tocaba, dejé de escuchar música electrónica, escuché música clásica, otros sonidos.”

Y después de todo este tiempo ¿Cómo ves el ritual de baile?

“Súper necesario, muy necesario, demasiado. Me pasa que tengo 38 años, dejé el alcohol, las drogas, estoy muy en una parada en que necesito cuidarme mucho, entonces tampoco quiero salir a carretear. Hace semanas ya el cuerpo me pedía bailar, lo necesitaba urgente, sentir que tienes el cuerpo. Hoy estamos tan enfocados en lo intelectual que se nos olvida que tenemos cuerpo. Haciendo un paralelo con el deporte lo bakan del baile es lo que te salga, lo que tu cuerpo quiera, donde se quiera mover, es una liberación más auténtica de tu cuerpo. El baile es necesario, ya que expresa mucho más allá que el lenguaje.”

Y al volver a los controles de la pista de baile, ¿Cómo te sientes al respecto?

“La veo con nervios. En un momento dije no tengo mucha claridad en volver con el dj set. Por un lado quiero enfocarme más seriamente en la producción musical, y para mí cuando produzco música tengo que dejar de escuchar música para conectarme realmente con lo que sale de mí. Y el disyoqueo es estar buscando música constantemente. Entonces en un momento me di cuenta que hago una bien y la otra sale a medias o salen las dos a medias, pero tengo que dejar una para dedicarme a la otra. 

Al menos con este live que es ambient que es totalmente distinto me está permitiendo expresarme bien sin tener interferencias, y a la vez preparo un set para club sauna, «pero trataré de no volver a un ritmo tan exigente como el pre pandemia, para poder enfocarme más en los lives y en la producción musical. Tampoco quiero que todo se encierre en electrónica de pista de baile, si sale un pop, si sale lo que tenga que salir, estoy dispuesta.”

Siempre has tenido un ritmo ágil en la producción musical…

“Me doy cuenta que estos últimos años me tomaba el dj set más en serio por que lo disfruto, si bien es algo que nace de tí por que es tu selección musical, la música no es tuya, para poder comunicar algo que viene realmente de adentro sólo lo logro al producir. Pero para que se escuche bien y de forma amplia tengo que ser más matea, más estudio y no solamente de música, sino que también de filosofía, entendiendo hacia dónde voy, qué es lo que quiero comunicar, que es lo que me hace sentido, es todo un trabajo profundo, personal, existencialista.”

Durante ese periodo dejaste el sello nacional Panal Records ¿Cómo has vivido este alejamiento?

Salí de Panal el año pasado por distintos motivos. A pesar de los sentimientos involucrados por la salida, todo bien con Elías, y también Leonor se quedó trabajando con él. Ella es capísima, agarró super bien al sello y tiene sus ideas super claras. Me fui tranquila porque confío en el trabajo de Elías y Leo, juntos los veo mucho más proactivos que yo. Sentí que estaba un poco desmotivada con Panal y no estaba aportando de una manera sana para el sello, y por eso preferí salirme mezclado con otros temas personales. Fue un poco tenso y triste, pero todo bien.”

La necesidad de crecer como Industria

Kamila también es clara, es necesario profesionalizar las propuestas para crecer como un industria, para vivir de la música, es imperante el crecimiento como un industria….

¿Crees que la pandemia puede propiciar el fomento de la industria de la música electrónica?

“Quienes estábamos dedicados al disyoqueo quedamos sin pega. Como no boleteamos quedamos sin acceso a bonos, estábamos botados, sin capacidad de ahorro porque alcanza para el día a día, Quizás es el momento de ponernos más serios. Es el momento de quizás hacer industria, si queremos seguir con esta escena, si queremos seguir con la fiesta, sí, de otra forma no dá, fue muy devastante la pandemia.”

Y frente a “lo Clandestino” ¿Qué opinas?

“Es entretenido pero hasta cierto punto. Una ya está más viejita. También hay un público que quiere bailar, pero se siente vulnerable en espacios con mucha exposición de drogas, por lo que terminan yendo a lugares más «fomes» o simplemente a ninguna parte.”

El club no muere!

“Ha sido tan devastadora la pandemia para los clubes, hay algunos que hacen lo posible para reactivarse, como el Vita; donde el Camilo con la María José están trabajando de la mano y lo están haciendo super bien. Yo creo que ese espacio debe fortalecerse y estableciéndose cada vez más. Camilo es un motivado, se  nota que ama lo que hace y con esas ganas se llega lejos. Murió Noa, es muy triste. Pero creo que los clubes nunca van a morir, y las fiestas clandestinas si bien son en ese escenario están super bien hechas. Yo creo que hay que darle tiempo. En la pandemia, por un lado hay quienes no quieren carretear, pero uno puede ir a una fiesta, bailar y cuidarse y socializar. La pandemia si nos enseñó sobre la importancia de estar bien, física y mentalmente, creo, ojalá, en ese sentido el baile es algo positivo siempre. La gente aprende a conectarse más a través del baile y el club, este nunca va a morir, siempre se renueva con espacios y djs nuevos, como proceso de transformación y cambios. Estos dos últimos años han sido de transformación con la gente y lo que he experimentado.”

¿Cómo has visto la evolución de la escena local?

“Es algo que noté desde el principio de la pandemia,  porque comenzaron a aparecer más nombres, y más gente que no se había atrevido o no tenían el acceso, o no era conocida y no la invitaban a una fiesta. Pero ahora con el boca a boca y mayor difusión online, aparecieron más personas con más propuestas, muchas de ellas muy buenas, hay más talleres y profesores que enseñen sobre este interés, fue un crecimiento muy fuerte y es muy lindo, que aparezcan más nombres y estilos junto a cabrxs más chicos, es muy muy positivo, que se fortalezca y mantenga.”

Astrolabio: «Que tu espacio sea disidente no significa que sea seguro, ni nosotres mismxs por tener nuestro protocolo podemos asegurar que no hay acoso pero lo que sí hay es acción para evitarlos»

Pensar en la construcción de un espacio seguro para bailar y disfrutar la música es algo que casi obviamos . En las fiestas y en los espacios dedicados a la música electrónica si ocurren situaciones de acoso y es una realidad innegable. Muchas veces puede ser un simple roce, un beso o una mano sin medir un gesto de consentimiento. Aunque la pista de baile es un lugar en que las personas se abren al contacto con lxs demás, nuestra energía y movimientos no puede ser confundida ni tampoco interpretada como un consentimiento para algo más si es que la persona así no se lo plantea.

Si bien, muchas fiestas reciben en su público a personas con diferentes identidades de género, incluso en este ambiente pro comunidad LGBTIQ+ se viven experiencias de acoso que muchas veces se dejan pasar y se transforman en conductas sistemáticas. 

Pero es importante no solamente quedarse en el discurso de generar “espacios seguros” sino que hay que tomar acciones concretas que emplacen al status quo y a lxs abusadores. Este es el caso de “Cyberia Conecction” espacio itinerante que recorre el sur de Chile,  liderado por Astrolabio y dionise aka Queerabiosa, quienes desde el año 2018 vienen implementando un estricto protocolo anti acoso en la pista de baile.

Conversé con Astrolabio un poco más sobre su experiencia y protocolos para hacer de Cyberia Conecction un espacio seguro y libre para mujeres y disidencias sexuales. 

Construyendo un espacio seguro

Cyberia Connection poseen un equipo de voluntaries compuesto  íntegramente por mujeres y disidencias, desplegados en espacios como la puerta, la barra o pista de baile,  en cada fiesta están atentxs frente a actos de violencia, como también de asistencia a personas que estén muy drogadas y necesiten asistencia; “Por lo general trabajamos en equipos porque nosotrxs no exponemos a nuestro equipo si se interviene se interviene de manera colectiva en el caso de un acoso en primera instancia se advierte al involucrado y queda en observación, si vuelve a incurrir es expulsado de la fiesta. En caso de ponerse agresivo se prenden las luces y se para la música hasta que la expulsión se vuelve masiva. Trabajamos en puerta, barra y pista de baile.

Por otro lado, señala que la figura de “guardias” en fiestas se torna compleja y muchas veces actúan de manera violenta, alejándose de un espacio seguro y feminista: “También recalcamos que no creemos en los guardias con complejo de paco ni agresividades somos una fiesta feminista que busca educar mas que agredir. Y también contamos con espacios de contención tanto para el agredido como para el agresor, se da aviso en barra para que no se le venda más trago en caso de estar en estado de ebriedad.”

Queerabiosa

Pero este no ha sido un camino simple. Durante los 3 años, han logrado plantear el protocolo el cual hoy aplican, pero recalca que es un aprendizaje constante; “La verdad es que se aprende sobre la marcha, hemos pasado muchísimas situaciones desde acoso a violencia o sobredosis de los asistentes. También trabajamos con uber seguros en caso de que la persona no se pueda retirar a su hogar de forma segura. Además,  no permitimos el ingreso de funadxs a la fiesta (funas públicas solamente, por que no sabemos la intimidad de las personas) ni de padres ausentes, creemos que no se merecen ingresar a la fiesta, nuestra música es para un público femenino y disidente, el resto del público que llega se acopla a nuestros principios y respeta la pista de baile. También llevamos botiquín y algunas veces con personal de salud por cualquier cosa, y vital no cortar ni negarle el agua a nadie.”

El acoso en la capital

Respecto a cómo ve Astrolabio la realidad que ocurre en Santiago cree que falta acción más que discurso al momento de hablar de espacios seguros;  “Depende netamente del público objetivo de la fiesta, y hay diferentes públicos y experiencias musicales. No basta con decirse espacio seguro, si no que hay que politizar la fiesta y entenderla como un espacio de distensión de la rutina para muchxs corporalidades femeninas, trans y no binaries. La realidad diaria es violenta y la fiesta se vuelve su espacio seguro donde pueden ser quienes son, nosotrxs nos aseguramos de eso; politizando la fiesta autoproclamándonos feministas en el sur del mundo, no por propaganda si no por necesidad. Para que los asistentes al ir a la fiesta digan este es mi espacio. Creo que en Santiago hace falta muchísimo esto. No sólo abanderarse con la música, es mucho más que eso, es amor por la pista de baile. Que tu espacio sea disidente no significa que sea seguro, ni nosotres mismos por tener nuestro protocolo podemos asegurar que no hay acoso pero lo que sí hay es acción para evitarlos.”

¿ Y qué pasa cuando el acoso viene de lxs artistas?


Pero cuando el acoso viene de parte de quién ostenta un poco más de poder en la pista de baile muchas veces son invisibilizadas, pero también, la falta de representación de mujeres y disidencias en los cárteles propician esta realidad; “Es sabido que la escena electronica esta dominada por hombres heteros cis, no podemos hacer caso omiso a ello, alguna vez incluso nos recriminaron que en nuestra fiesta sólo invitabamos mujeres y homosexuales, y discriminabamos a los heteros. Lo cual tomamos con humor pensando que hay cientos de escenarios para hombres. Los que más tocan son hombres, y hay muchísimas fiestas para ellos, incluso donde a pesar de tener funas por violencia o abuso se les sigue invitando a tocar. Nosotrxs como equipo también hemos cometido errores y hemos invitado a los equivocados (lamentablemente une no sabe la intimidad de las personas) pero tratamos de siempre preferir proyectos femeninos y ojala de disidencia sexual, por que creemos que si nadie lo hace porque no nosotrxs. Estamos atentxs también a esos djs que van a fiestas donde mujeres entran gratis, estamos atentas a cómo se refieren al publico y toda la información que manejamos se maneja anónimamente con el equipo antiacoso para no permitirles la entrada ni el acceso a una fiesta hecha completamente por y para mujeres y disidencias, trans y no binaries. Este año han fallecido dos amigues trans que venían a nuestra fiesta -Ñu y Ángel- y en esta ocasión les brindaremos un pequeño homenaje para recordar sus memorias con cariño y despedirles con amor.”

ESTADO SONIDO: De la virtualidad a la contemplación de la música en el Teatro

En medio de las cuarentenas más restrictivas es que el colectivo Estado Sonido aparece entre medio de las múltiples transmisiones virtuales que dieron espacios a nuevos sonidos. En ese momento, la internet se transformó en la única vía de escape que teníamos. Ahí muchos proyectos aparecieron, sin embargo, no todos lograron materializarse, mantenerse vigente y traspasar a una realidad tangible. Pero si las ganas están las energías se transforman, y es así, como el colectivo Estado Sonido  conformado por Thorsten, Dra Snoozelova, Maxicat, Pablo Ruiz y Francisco Jullian, quienés hoy continúan transmitiendo fiestas y  eventos que están ocurren presencialmente en la ciudad de Santiago de Chile, como por ejemplo las fiestas «Plácido Domingo», «Kiltra» y  las «Rica Rica Sesiones» del restaurant del mismo nombre. Sin embargo, en la actualidad se atrevieron a dar un paso más allá y ser ellxs quienes nos entreguen momentos junto a la música electrónica. Hoy, después de un año y medio, nos presentan sus primeras jornadas dedicadas a los sonidos contemplativos en un teatro de lujo que recibirá los shows de destacadxs artistas del underground nacional. 

Estado Sonido nace en marzo del 2020 en un escenario en que todavía no conocíamos mucho sobre el Coronavirus, ni los meses que se avecinaban. Es aquí en que las primeras jornadas de lecturas, música y reflexión se llevaron a cabo a través de la plataforma Twitch que con el avanzar de los meses desarrolló fuertes medidas de censura a contenido que infringiera sus normas y el derechos de autor. Por lo mismo, hoy transmiten desde su propio dominio www.estadosonido.com sin ningún tipo de restricciones o limitaciones de censura. Según me cuenta Francisco la idea de crear un propio servidor es también para combatir la censura que existe en el internet:

«Después de un tiempo de estar funcionando en pandemia, tuvimos un par de problemas de censura en twitch que era nuestra plataforma, por lo que decidimos crecer un poco y creamos nuestro propio servidor de streaming para no depender de nadie, y que no nos silenciaran por derechos de autor u otras cosas, al tener este servidor listo nos dimos cuenta de que el potencial era mucho, que prácticamente teníamos la misma infraestructura que cualquier otro canal de TV online. Entonces decidimos seguir produciendo programas, y se nos metió la idea de que podemos transmitir todo lo que queramos (la tecnología hoy lo permite a bajo costo) y ser una plataforma de emisión para otras personas también, es de cierta forma una democratización de la TV, tenemos este espacio virtual que funciona 24/7 y queremos compartirlo.»


Respecto a continuar con la labor de transmisiones Julio cree que son un complemento a la presencialidad; 

«Claramente ahora que las cuarentenas acabaron la gente quiere salir de sus casa por lo que los espectadores virtuales han ido disminuyendo. por eso es que ahora estamos haciendo estas sesiones que mezclan las 2 cosas, un show presencial intimo pero que ademas es transmitido para todo aquel que no pueda llegar. Así mismo queda un registro de la actividad que después se puede volver a ver en el canal de tv (www.estadosonido.com) lo mismo hemos estado haciendo con la Placido domingo.»

VGV

ESTADO SONIDO PRESENTA


En concreto este martes 28 de Septiembre el colectivo dará vida a la primera sesión en donde los invitadxs serán Delia y Esqueleto, ambos presentarán un show live inspirados en los sonidos ambient y noise. Para Julio, estas jornadas nacen como el resultado del trabajo colaborativo con el Centro Arte Alameda, el Centro de Extensión del Instituto Nacional (CEINA) y la destacada agrupación lumínica Trimex Collective; 

«Decidimos hacer un show que te permita disfrutarlo sentado, que sea mas contemplativo, por lo que se nos ocurrió partir con estos ciclos de Ambient y Noise, y ya que estamos en una sala de cine aprovechar eso para aumentar la experiencia, invitamos a Trimex collective que también tiene su taller en CEINA  para que nos apoyaran con un show lumínico y de visuales que están preparando con cada artista. La invitación es a dejarse llevar por los sonidos, las luces e imágenes para entrar en un viaje en la comodidad de tu butaca, les recomendamos llevar alguna sustancia»

SOBRE LXS ARTISTXS


DELIA @deliadiazcarstens
Delia es una DJ y productora musical de las altas noches vampirescas de Santiago de $hile.  Experimentando sus intimidades del corazón, Delia se expresa a través de ritmos rápidos y pesados ligados al trance, speed techno y EBM.  También es integrante de la banda electrónica “Banana Peel” la cual ha participado de múltiples compilados de sellos como Panal Records o Romántico Records. 


ESQUELETO aka @ottaviober
Desde mediados de los 90’s, Ottavio Berbakow ha estado vinculado al lado mas experimental y ambiental de la escena de música electrónica en $hile . Ya sea en su proyecto “Lem”  junto a Oscar Burotto o en solitario como “Esqueleto”. Así como también detrás de proyectos como el legendario programa radial “Perdidos en el Espacio” , el fundacional compilado “Pulsos”  o recientemente a través del sello Ema Producciones


La resistencia del Club: la experiencia de quienes abrieron

Era el último jueves antes de entrar a la primera cuarentena total que vivía la Región Metropolitana. Esto obligaba a todos los clubes y bares a cerrar sus puertas nuevamente hasta nuevo aviso. Cada anuncio de los lunes y jueves ha dictado el destino y recorrido que han cursado los clubes capitalinos durante esta pandemia. Desde protocolos específicos de funcionamiento, hasta los cambios en horarios de cierre y toques de queda, han llevado a que los clubes tengan que adaptarse de manera ágil en medio de esta incertidumbre y tratar de no morir en el intento. Logré conversar con las mentes y los corazones detrás de 3 clubes de Bellavista: Club Vita, Espacio 93 y Santiago Rooftop, para conocer un poco más sobre los miedos, alegría y desafíos que depara hacer resistencia en tiempos pandémicos.  

 La última apertura

Son cerca de las 17 horas, llego temprano al club, sin embargo, ya están preparando todo, abren en 15 minutos. Mientras Camilo Nsperger arregla unos focos, María José prepara la barra para los futuros pedidos que llegarán. Durante estos meses en el club trabajan 4 personas: Camilo como curador (pero también ayuda en muchas cosas más), María José y su pareja  se mueven entre las mesas y la barra, y una mesera. Todos ellos han sacado este proyecto que desde Noviembre del año pasado volvió abrir en el contexto de la pandemia.

Mientras abren el local María José, me cuenta lo vertiginoso de esta experiencia; Ha sido difícil pero siempre están las ganas de no cerrar que sigan pasando cosas, ha sido difícil porque mantener un negocio son números y si estos no dan hubo que recurrir a los créditos a las opciones que dió el arrendador y de esa forma en cuanto a término de números pudimos volver a abrir. Lo otro es el amor que uno le tiene a lo que estamos haciendo. La decisión fue tirarnos con todo, como tirarse al vacío ya no importa, no sabí lo que va a pasar, es como un abismo. Pero las cosas comenzaron a resultar, con Camilo (Nsperger) las ideas llegaron a resultar, se dió toda la energía para que esto resulte, aunque así y todo es muy difícil, te cambian todo el tiempo las reglas, por ejemplo ayer no sabíamos que se iba a anunciar esta cuarentena total en Santiago, entonces es como que no te puedes proyectar mucho, es como vivamos esta semana”

El atraverse a continuar con el proyecto de un club, es una lucha, así lo define Inti Kunza, quién en conjunto con Club Ambar llevaron a cabo las sesiones de “Santiago Rooftoof” quién además cuestiona la criminalización y la falta de ayuda hacía lxs artistas de la música; “Ha sido una constante batalla acomodarse a los extraños horarios y las medidas exigidas para el funcionamiento de bares que son los únicos lugares donde podemos seguir tocando los djs al menos en Chile lo cual ha precarizado muchísimo a nivel económico los ingresos de nuestro rubro con cero apoyo estatal, más bien hemos sido perseguidos y se ha montado toda una campaña comunicacional para criminalizar nuestro trabajo”.

Cuando las reglas de juego cambian

Los cambios en horarios y algunas decisiones que rayan en lo ridículo como no poder usar música en bares y restaurantes, han sido algunas de las medidas que el nefasto Gobierno de Chile ha impuesto para frenar inútilmente la pandemia. Para María José y Camilo esto entorpece el trabajo que se construye;  Ella señala que “Hasta las 22:00 no había problema, pero ahora que es hasta las 20:00 no tanto. La gente viene, la gente quiere salir, quiere tomarse algo, pero estamos restringidos, no podemos”, por su lado Camilo agrega que; “Además que la gente se acostumbra a la segunda semana ya la vuelven a cambiar. En noviembre comenzamos a hacer las primeras fechas pero después cerramos y volvimos a abrir, ahora son las restricciones con el horario. Esta semana por ejemplo algunas personas querían venir a las 19:30 (el horario de cierre es a las 20:00), es mejor decirle que no vengan porque en media hora hay que cerrar”.

Carlos Flores de Espacio 93, piensa parecido, me comenta cómo han afectado estas decisiones al trabajo del club; “Ha sido complejo el tema de los horarios. cuando te dicen que tienes que cerrar a las 10 uno se predispone con su equipo de trabajo, la gente se adapta a ese horario, pero con los cambios repentinos de horario de cierre hay que realizar todo un trabajo de nuevo tanto para el staff, los djs y los clientes. En mi caso personal yo tengo un club techno, entonces preparar contenido de lunes a viernes es super complicado. Hay que tener una tremenda colaboración de amigos y productores que te dan ideas y te vas nutriendo, ahí vas encontrando contenido, vas arriesgando, uno nunca sabe. Hoy estamos trabajando casi al día. El club tiene un público super fiel que viene desde mucho tiempo antes, hemos logrado manteniéndonos vivos y trabajando hasta el día de hoy gracias a ellos. También se han realizado campañas de apoyo entre los mismos colectivos de techno, por lo que nos ha fortalecido a todos, djs y al club también.” 

Los espacios de socialización de la cultura electrónica ocurre principalmente dentro de los clubes, que a la vez, según diversas investigaciones es un foco donde el Coronavirus podría expandirse. De todas formas quise averiguar cómo ha sido su experiencia. Para Carlos, lo importante es que se respeten los protocolos tal como lo han venido haciendo con muy buenos resultados: “Dentro de los protocolos tenemos trazabilidad. Jamás nos ha llamado las autoridades señalando que existieran casos relacionados con el club, sin embargo, tenemos el respaldo de todas las personas que han pasado por aquí, pero hasta el momento no ha ocurrido. Entonces no creo que sean focos, por lo menos aquí nadie se ha contagiado o detectado a personas con covid“. Al igual que en Espacio 93, ni en los eventos realizados por Inti Kunza ni en la terraza de Club Vita nunca se registraron casos de contagio de Covid-19 y además se respetaron todos los protocolos necesarios lo que demuestra que es posible seguir disfrutando (aunque todavía de esta forma) la música y la cultura electrónica. 

Música electrónica ¿Un peligro para la salud pública?

Hoy como nunca el ser trabajador de la música es vivir en un terreno peligroso. Para Inti, la tecnocracia ha hecho que se olvide las dimensiones culturales que viven las personas; Tengo una visión bastante crítica respecto al manejo de la pandemia y como ha impactado en el mundo la cultura en nuestro país, creo que en general estamos gobernados por tecnócratas que toman decisiones en torno a cifras, estadísticas y gráficos pero que carecen de un roce socio cultural ajeno a su cómoda realidad cargada de una visión puritana calvinista fascista opus dei, hay una total falta de inteligencia emocional, de empatía hasta de humanismo diría yo.”… “Vivimos hace un año o más con un toque de queda dictatorial que no ha demostrado ninguna eficacia a nivel de salud pública o manejo de la pandemia, más bien ha servido sólo precarizar nuestra vida en todos los aspectos. Por ejemplo, creo que un estado moderno y democrático está en condiciones, y es más, tiene el deber, de generar un bienestar social en todos los sentidos. El virus es real y es un tema que hay que tomar muy en serio, pero en el 2021 están todas las condiciones para que hagamos frente a esta situación de una manera civilizada y proactiva. Los desastres que provoca la pandemia proviene de gobiernos tecnócratas inoperantes, sin lugar a dudas la pandemia ha revelado que el proyecto democrático está al debe en gran cantidad de países. Por otro lado tenemos ejemplos como el de Nueva Zelandia que dan esperanza en estos tiempos difíciles, depende de nosotros acercarnos a un modelo de desarrollo como ese”. 

La apertura de estos espacios son un tremendo aporte para los artistas locales. Por un lado, pueden recibir ingresos monetarios a través del trabajo que antiguamente se dedicaban, y por otro sentido es una forma liberadora de expresar lo que están sintiendo. Para Nsperger este es el momento de re valorar el trabajo que muchxs de ellxs realizan; “Viéndolo en perspectiva costó que se volarara a los djs locales, cuando venía un dj de afuera pagaban 15 o 20 lucas, esto ha sido un trabajo, por ejemplo las chicas de RECREO, las chicas de las PIOONER, van buscando nuevos espacios, pero aún así se hacen pocos. Al comienzo de la pandemia la gente consumía mixtapes y liveshows, pero después se aburrieron, porque finalmente estar afuera es liberador, es como una terapia. Los djs van evolucionando van presentando nuevas propuestas, en el Under, todos los cambios sociales y culturales se traducen en música que es la forma en como un dj trata de canalizar la energía, este es un lugar valioso”.

Las esperanzas no se deben perder

A pesar de todo los esfuerzos que se realizan la ganas de crear espacios para todxs nosotrxs son lo que los mueve. Maria José, siente que; “Las ansias de que pudiste resistir nos llena de energía, que estamos acá es lo que estamos esperando, la esperanza es lo que impulsa todo esto; que va a volver la noche y vamos a poder bailar. Tocarnos, sudor, ese es el impulso de lo que nos tiene acá. Imagínate, este es un club de baile, ya que hacemos; bueno saquemos todo para afuera, entonces esto igual resulta, pero es la única forma de movernos”. 

Por otro lado, Carlos cuenta que llegar hasta acá ha sido también trabajo de estrategias para sobrevivir como tratos especiales con el dueño del local, tratos con los djs, etc; “Si tu me preguntas si el negocio da, la verdad que no. Lo hago por algo más romántico. Si cerraramos el club por algún motivo, porque no hay plata para seguir manteniéldolo, se pierde una esquina, un spot que no tiene nada parecido. Cada club tiene su estilo, ningún club es igual a otro, el que cierre perderá un montón de cultura y de música. Esperemos que cuando se vuelva a la supuesta normalidad podamos volver por lo menos en fase 3”.


Hoy vivimos en un escenario en que las etapas de plan “Paso a Paso” impuestas por el Gobierno de Piñera están en constante cambio por lo que tanto los productores o dueños de clubes puedan proyectarse, es un escenario incierto. Pero por otro lado, ha servido como un oasis en medio de las cuarentenas. Se agradece volver a ver a los artistas que uno admira haciendo lo mejor que saben hacer. Es un alivio también ha la sobrecarga de eventos virtuales que si bien se hacían necesarios en los meses más oscuros ya se ha desgastado, nuestro cuerpo nos pide el club.

DAME presenta su fiesta y ciudad virtual «La Décima Dimensión»

Como una experiencia virtual es que la pista de baile de Fiesta DAME se traslada a una invitación a recorrer una ciudad desierta llena de música electrónica latina. A la vez, en medio de largas cuarentenas, es que se torna una vía de escape a este encierro que ha creado un sentimiento nostálgico hacia la pista de baile.        

 Es así que FIESTA DAME propone una ciudad creada de acuerdo al imaginario de esta. Como bien señala Camilo Ebensperger aka Nsperger, uno de los creadores de «La Décima Dimensión», este es un proyecto que desarrollaron durante su encierro en meses de pandemia junto a Felipe Sepúlveda, y que responde a un «híbrido, entre la virtualidad y lo presencial», agrega que, «Por el impedimento de habitar el espacio físico en la actualidad, nos trasladamos a una especialidad cibernética donde cada artista se toma un escenario; la idea principal es apropiarse de un lugar virtual y habitarlo con el show de les djs y las perfos. Lo más importante es que cada persona, durante la transmisión pueda dar un significado distinto al show en base a su relación con la música y su imaginario espacial con los escenarios propuestos».

La ciudad de DAME está compuesta por 10 capítulos que serán develados durante las 2 jornadas. En el primer capítulo será emitido el sábado 17/04 desde las 22:00 hrs y contará con los djs set de; Daniel Klauser, Diegors, SHPSHTF, Leonor Baesler, Kymmyonacid, Astrolabio y S.A.U.L.O. Mientras que en su segunda jornada contará con la presentaciones de: Erika, Andrea Paz, Les Premes, Sara.

En cada show conoceremos un espacio nuevo de esta urbe, como su remodelación, su sector portuario, una refinería entre otros lugares que nos transportarán a la dimensión de DAME. Además, de música DAME es un espacio para el arte Drag y la performance, ya que algunos dj set estarán acompañados de destacadxs performistas como Yatra Vulcania, Betty Rotten, Cristal Diamond, Antigora Drag, Cola Diabla,Barbie Genitalia, Tyra Berry, Psicodelia y Luciferica.

En relación a la chispa que impulsó la elaboración de este proyecto Nsperger, señala que; «La idea nació cruzando las habilidades y herramientas que tenemos quienes organizamos Dame, en este caso; un Diseñador y un Arquitecto. Es un proceso que lleva varios meses de creación y la apuesta principal siempre fue regalar una experiencia novedosa para quienes siguen el concepto que hemos desarrollado durante estos 2 años. Así también, poder relacionarnos virtualmente en este momento de distanciamiento, llevando la fiesta a tu casa.» Respecto a la diversa curatoría que presenta este proyecto, Camilo apunta a que; «En cuanto les artistes invitades (Djs, Drag, Performistas e Ilustradoras). Nos sentimos absolutamente representados con su trabajo y sentimos que la mayoría desarrolla un camino innovador en lo que hacen. En ese sentido la curatoría del festival y sus invitades responde a la identidad de sus carreras.» 

No hay que olvidar que estas jornadas se enmarcan en el segundo aniversario de FIESTA DAME, espacio pensado como un lugar seguro para que la comunidad LGBTIQ+ pudiera celebrar la música electrónica, Camilo añade que; «Cuando concebimos el proyecto, la idea fue crear una fiesta electrónica queer, pero por sobretodo, un espacio seguro y cómodo para la comunidad gay; un lugar que nosotros mismos visitaríamos. Así, hemos generado una familiaridad con les asistentes, la mayoría siempre destaca la seguridad de la experiencia. Donde existe un entorno tranquilo y respetuoso cuando llega el momento de bailar. Así también, son todes bienvenides siempre y cuando exista el respeto a las identidades para las cuales está hecha la fiesta.» La invitación está hecha para sintonizar esta gran y vanguardista experiencia virtual, a continuación te dejamos toda la información y recomendaciones necesarias para que no te pierdas ningún momento de esta celebración. Si bien la actividad es gratuita, el sistema de propinas virtuales estará disponible durante toda la transmisión. h

PRIMER CAPÍTULO

22:00 – 23:00 / DANIEL KLAUSER (CL) – Remodelación
23:00 – 00:00 / DIEGORS (CL) – Canil
00:00 – 01:00 / SHPSHFT (ARG) – Industrialización
01:00 – 02:00 / LEONOR BAESLER (CL) – Portuario
02:00 – 03:00 / KYMMYONACID (CL) – Refinería
03:00 – 04:00 / ASTROLABIO (CL) – Cenotafio

AFTER 04:00 / SAÜLO (CL)

_______

EXPLORADORAS DIMENSIONALES
LUCIFERICA
PSICODELIA
TYRA BERRY
YATRA VULCANIA
BETTY ROTTEN
BARBIE GENITALIA

ILUSTRADORAS
CAMILA VILCHES
ANISESTRELLADA

_______

IMPORTANTE:
– Cada escenario será estrenado de manera independiente por nuestro canal de Youtube y comenzará puntualmente a la hora indicada.
– Puedes vincular tu celular inteligente a un Smartv para manejar de forma óptima cada estreno.
– Recomendamos ver la transmisión desde un televisor.
– Conecta la transmisión a un sistema de sonido.

Paula burgos: «Hablar a través de la música y el arte sobre la desigualdad que hemos vivido las mujeres y disidencias a lo largo de la historia»

Como otra forma de resistencia y visibilidad es que WIP “Women In Power” aparece en escena. Liderado por las productoras y selectoras chilenas Paula Burgos, Alisú y , han logrado conformar un espacio seguro y abierto para que artistas mujeres e identidades disidentes, que sienten y viven lo que es ser mujer. 

Este proyecto fue fundado por las productoras y selectoras nacionales, Adine Frost, Paula Burgos y Alisú. Además, a su equipo se ha unido el trabajo de 2 increíbles visualistas y diseñadoras: Keka Taucan y Pompeya aka  Bolivian Power. 

WIP, a través del sello Modismo Label, también conmemoró el pasado Día Internacional de la Mujer, a través de este poderoso compilado “V​.​A. Vivas, Libres y Unidas”, que en 15 tracks dejan en claro que esta es una declaración de resistencia y protesta contra el Patriarcado. Es un sonido que emplaza y no te deja indiferente, hay una voz clara que interpela al poder y a este sistema. El álbum está conformado por artistxs ya consagra y otrxs que vienen a ser lanzamientos, Aquí va la lista completa: “Riz Maslen”, “Natalia Pastor”, “Alisú”, “Valentina Berthelon feat Javi de la Rosa”, “Andrea Paz”, “Paula Burgos”, “Pilar Andrea”, “Caperooza”, “Delia”, “Kymmyonacid”, “Kamila Govorcin”, “Leonor Baesler”, “Delphie”, «Chica Paula» y “Adine”.

Además, si ven en Bandcamp o Soundcloud, el compilado posee una clara y acertada reseña escrita por Sibila Sotomayor, integrante del colectivo porteño LASTESIS, quién a través de la metáfora del coro logra evidenciar la poderosa lucha de este discurso sonoro; …“La trayectoria coral del disco opera como metáfora de la perseverancia de la lucha feminista, el aspecto político y la búsqueda de otras estrategias para esta lucha. Esto tiene todo que ver con la forma, con la búsqueda de difundir una idea, declamar y exigir, no solo a través de la literalidad del contenido sino también a través de la forma. En la forma, en los medios de producción se encuentra el aspecto político, nos dice la argentina Lola Proaño-Gómez; y un ejemplo concreto de ello es la joya musical que nos brinda WIP. Una lucha por nuestros derechos, nuestras quejas, nuestras demandas desde la música, pero sobre todo, desde el punto colectivo, desde el coro que se alza con fuerza con la consigna VIVXS, LIBRES Y UNIDXS nos queremos, y que no daremos marcha atrás.”

Conversé con, Paula Burgos, una de las fundadoras de WIP,  quién además es una precursora de la escena electrónica nacional; Paula ha estado tocando desde hace décadas, en un sinfín de clubes y países, por lo que ha vivido en carne propia lo que es ser mujer en un escena dominada por los hombres.

Aquí les dejo la entrevista:

  • Entre las artistas presentes en esta recopilación hay presencia de diversidades de identidades y orientaciones sexuales, muchas formas diferentes de sentirse y ser mujer.¿Qué representa para tí este abanico de expresiones y representaciones del ser mujer?

Lo que prima es el valor humano por sobre todas las cosas. Lo más importante para nosotras como WIP, es darle valor a la calidad artística, en este caso de mujeres y disidencias, que en la actualidad no están valoradas como debiese ser, ya que la sociedad sigue dominada por un sistema patriarcal. Pero la unión, calidad artística, amor por la música y el arte todo lo pueden, la convicción por lo que uno ama y cree es lo más importante. Juntas y unides!!!

  • A tu parecer, ¿Cuál es el hilo conductor que une a ritmos y sentimientos tan diversos? ¿Cuál crees que es la declaración detrás de estas canciones?

 El hilo conductor es la reivindicación de los derechos de la Mujer. Hablar a través de la música y el arte sobre la desigualdad que hemos vivido las mujeres y disidencias a lo largo de la historia. Creo que existe una calidad y expresión musical inaudita en todos los tracks, todes quisimos expresar algo profundo al respecto. El sentimiento va para l@s que ya no están, sacamos la voz y decimos, basta de represión, de abusos y violencia.

  • No es sorpresivo ver que habitualmente en los cárteles de fiestas se vean más nombres de hombres que de mujeres, repitiendo una lógica patriarcal ¿Cómo ha sido el trabajo de abrirse paso en este escenario desigual?

Es un tema que se ha mantenido por mucho tiempo. No ha sido fácil cambiarlo pero por eso luchamos, cada un@ debe hacer el cambio desde donde está, desde la educación, empatizar y abrir espacios de paridad. Hemos demostrado nuestras capacidades con calidad y constancia.

  • Proyectos como WIP nacen desde una lógica de colaborativa y de compañerismo, según tu percepción ¿Crees que todo este sentimiento de sororidad se ha traspasado al escenario de la música electrónica? ¿Cómo ves la colaboración del género en esta escena?

Está claro que todes queremos un cambio urgente en la «escena». Se nota y mucho. Va en camino, todas las propuestas que hemos lanzado como WIP han sido muy bien recibidas, estamos unidas, cada vez más cerca de nuestro propósito.

So Siego x BVHA: Mensajes del Mañana

Por Diego Pinto

Corría el año 2019, seis de la tarde, un sábado de abril entre las montañas y arboles del Cajón del Maipo en que el verano ya se había ido. Cielo azul y fresco aire otoñal en el marco del mítico y mágico festival “Bosque Libre”. Sonaba el dúo BVHA compuesto por Antonia Mosso (Palta Mango) y Felipe Grasset (Plinio, Lovshai), en aquella performance noté que había algo distinto en este dúo de música electrónica, sentí una nostalgia y claridad que se proyectaban en su música, un sentimiento de frescura, sonidos detallados y significativos que hacen el “ser” de la música electrónica; un sentimiento de claridad que se nos escapa con frecuencia y a veces nos cuesta recuperar.

Ph. David Dobson

Su música como un espiral que asciende y desciende comunicando sensaciones terrenales y aéreas, inundando el espacio, un viaje constante como si volviéramos a un día que hemos olvidado, como la recuperación de un sentido, ¿acaso la creación artística y la música podrían significar eso?

El recuperar una especie de paraíso perdido, como el recuerdo de un viaje que guardamos en lo profundo de nuestro ser y memoria, pero que se nos pierde o erramos por el camino, todas estas apreciaciones no están lejos de ser expresadas en el último trabajo de BVHA y su EP “So Siego” lanzado por el sello nacional Halcxn (Sebastián Mella), “So Siego” es como el recuerdo de un día en que las cosas cotidianas adquieren un nuevo significado, en que lo transitorio del viaje musical nos sugiere paisajes y articulaciones sonoras semejantes a un orden y sistemas que provienen desde un discurso futurista intrínseco en la música electrónica.

Este EP es una especie de prisma que nos revelan formas y mundos como en el track original llamado “Isher” y su remix a cargo de Fantasna, un corazón palpitante, constante y terrenal del bombo, siguiendo con “Oh Quietud”, house que se respira a lo largo del EP de sonidos metalizados, brillantes, un mensaje del futuro, de paz y bellas formas que finalizan con el remix de la misma “Oh Quietud” a cargo de Lorelei que es un espiral que desciende y se desenrolla por una pendiente a velocidad que sabemos que llegaras a destino, sin prisa sin pausa dentro de un orden armónico y estilístico. “So Siego” es un Ep que nos entrega vida y energía, recordándonos que vivimos para oír y ser escuchados. 

Otros créditos del EP; Mastering: Marcelo Peña aka Miopec, Arte de Portada: Benjamín Altermatt.